A regulamentação das apostas esportivas vai avançando aos trancos e barrancos e não me parece boa, afinal, de onde menos se espera e de onde não sai nada mesmo.

 

Nos últimos dias algumas falas do ministro da Fazenda Fernando Haddad mostraram um total desconhecimento sobre as apostas esportivas com declarações absurdas e desconexas.

 

É normal que imprensa, congresso e outros não saibam boa parte das coisas que são debatidas, afinal muitos entram para esses meios com uma outra formação e as Apostas Esportivas, que de forma bizarra insistem em chamar de bets, não é algo tão fácil de ser entendido.

 

Para alguns parlamentares é uma máquina de ganhar dinheiro (para suas emendas é claro), para outros uma máquina de lavar dinheiro e para outros apenas uma máquina de viciar pessoas.

 

Vou me atentar apenas a duas falas do senhor ministro Haddad e comentar sobre:

 

“ Haddad também afirmou que a equipe econômica vai banir determinadas formas de pagamento para as apostas online, como os cartões de crédito e, também, o cartão do Bolsa Família.”

 

Eu nem lembrava que ainda conseguia depositar via cartão de crédito e concordo, ainda que em casas regulamentadas não fosse tão fácil assim depositar nos últimos anos.

 

Sobre o Bolsa Família nem sabia que o cartão poderia ser utilizado. Aqui há algo correto. Cartões de crédito e sobretudo de um benefício devem ser banidos.

 

Concordo com o ministro.

 

“E vamos acompanhar CPF por CPF a evolução da aposta e dos prêmios, pois quem aposta muito e ganha pouco, em geral está com dependência psicológica do jogo. Quem aposta pouco e ganha muito, em geral é lavagem de dinheiro”, afirmou o ministro da Fazenda.

 

Aqui a fala mais preocupante e que mostra o total desconhecimento do ministro. 

 

Acompanhar CPF por CPF. Meu amigo, sabemos que as casas já fazem esse acompanhamento e não para algo positivo como dependência psicológica ou física. As casas acompanham para limitar apostadores que sejam lucrativos ou tenham métodos bons, que vão levá-lo a vencer a casa.

 

Além disso, o que seria apostar pouco e ganhar muito, qual motivo isso seria lavagem de dinheiro. Não consigo entender o que o ministro fala aqui.

 

Eu gosto de volume de apostas, mas hoje diminuí bem o que faço e sou lucrativo. Pessoas que acompanho betam cerca de 100 bets mensais e têm lucros altos. Qual motivo isso seria lavagem de dinheiro?

 

Na minha opinião esse controle leva a uma fronteira perigosa da liberdade, afinal toda a movimentação do dinheiro e do que você faz passa a ser observado por terceiros e de forma aberta e consensual. A casa pode te bloquear a qualquer momento e mesmo que você não seja dependente, um viciado em apostas, não vai ter chances.

 

A opinião pública já escolheu as apostas esportivas como vilãs. Já batizaram elas de bets, e colocaram Tigrinho junto com Apostas Esportivas.

 

Apesar de ser um apostador que vive disso, eu acho que as apostas esportivas deve ser tratadas da forma que realmente são. Apenas diversão e para isso algumas medidas deveriam ser trabalhadas

 

  • Diminuição das propagandas em horário nobre
  • Proibição de divulgação de influencers e pessoas públicas

 

A forma como as casas tiveram acesso ao público de 2018 até hoje foi extremamente ruim para a comunidade. Muitas propagandas sem se atentar ao risco e nada de regulamentação.

 

Foram seis anos em um limbo e com a possibilidade de patrocinar tudo e todos e deixar clubes, campeonatos e federações, além da própria CBF, dependente da força econômica desses grupos.

 

Hoje não tem como banir o patrocínio de clubes por casas de apostas esportivas, mas isso pode ser adequado para daqui 3 ou 4 anos, fazendo com que elas deixem de estar em evidência como máster, fazer um plano de tirar pouco a pouco, como a Premier League vem fazendo.

 

A epidemia de influencers e de canais divulgando jogos duvidosos, deixaram a fama do Fortuna Tiger péssima. O jogo tem um RTP normal em casas boas, mas a divulgação de figuras influentes de cassinos alternativos abriu um espaço bem perigoso.

 

Isso é algo sério, e deve ser tratada com seriedade. Nenhum apostador que vive apenas de apostas vai querer aparecer para uma conversa com o governo hoje. É colocar um alvo em si mesmo e colocar em risco o seu ganha-pão, já que as casas querem todos os segredos, querem aumentar seu lucro.

 

Finalizando lembrando da péssima matéria do UOL, onde fala sobre R$3 bilhões de gastos com apostas esportivas no título, sendo que no texto explica que 85% daquilo voltou, portanto os valores estavam em R$450 milhões, muito ainda, mas um valor bem diferente.

 

O futuro é desanimador meu amigo apostador e caminha apenas para que apostadores que são fontes de lucro para as casas de apostas sigam sendo permitidos por elas.

 

Corram para as colinas!

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